Laudos dizem que Sama e médicos escondiam mortes causadas pela exposição ao amianto
“Quando ele (médico) olhou a tomografia, bateu na mesa e rabiscou o laudo de cima a baixo”
O site de jornalismo investigativo The Intercept Brasil (TIB), publicou no dia (6), uma reportagem sobre o mal à saúde que a fibra, amianto crisolita levou a vários funcionários da mineradora Sama, que pertence ao grupo Eternit, no norte do Estado de Goiás, em Minaçu.
De acordo com o TIB, Laudos provaram que médicos eram pagos pela mineradora para abafar casos de doenças pulmonares relacionadas ao contato com a matéria prima de fabricação de telhas e caixas d’aguas resistentes ao aquecimento.
Antônio José Severino de Carvalho, foi ouvido pela repórter Nayara Felizardo, e relatou que que trabalhou como operador de máquina na Sama por quase 14 anos. Em 2014 ele foi ao médico em Goiânia para tratar de um problema na mão decorrente de um acidente de trânsito. Quando o médico que o atendeu soube que ele trabalhava na mineradora, pediu para que fosse feito também uma tomografia do tórax. O exame mostrou uma mancha em um dos pulmões. O diagnóstico foi asbestose, conhecido como “pulmão de pedra”, umas das principais doenças causadas pela exposição ao amianto crisotila.
Já em Minaçu, Antônio José apresentou o exame ao médico da Sama, Eduardo Andrade Ribeiro. “Quando ele olhou a tomografia, bateu na mesa e rabiscou o laudo de cima a baixo”, contou o operador de máquina que foi demitido em 2015.
A fibra é altamente cancerígena e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e recomendou que o seu uso seja extinto do mundo. Em 60 países o amianto já é proibido. Aqui no Brasil, o Superior Tribunal Federal (STF), determinou o fim da exploração do minério em 2017. Em fevereiro de 2019 a Sama parou suas atividades. Em abril, o senador Vanderlan Cardoso (PP), Luis do Carmo (MDB) e o governador Ronaldo Caiado (DEM), realizaram visita ao município de Minaçu para visitarem a mineradora Sama e assumiram defender a volta da liberação da exploração do amianto, segundo a repórter Nayara Felizardo.
