O desligamento do sinal analógico de TV em Goiânia e seus benefícios
O desligamento do sinal analógico de televisão em Goiânia e região metropolitana seria no dia 31 de maio deste ano, porém o prazo foi estendido até o dia 21 de junho por não ter atingido o a marca necessária de 90% de digitalização dos domicílios. Famílias que participam de algum programa social do governo federal poderá receber gratuitamente um kit incluindo um conversor digital e uma antena UHF. O desligamento do sinal analógico irá liberar a faixa de frequência 700 Mhz que será usada pelas operadoras de telefonia móvel.
O engenheiro de telecomunicações e gerente de engenharia de uma emissora goiana Osmar Aparecido destaca que “a imagem diz por si só, a qualidade é muito superior”. No digital não tem ruídos ou fantasmas ou o sinal chega perfeito ou ele simplesmente não chega, destaca ainda.
Quanto ao raio de cobertura, nada mudará, pois quem define o contorno de guarda é a ANATEL. Contorno de guarda é a área de cobertura que as emissoras devem operar, então o mesmo raio que se cobria com o sinal analógico é o mesmo que deve ser coberto com o digital.
Quem ganha com o desligamento do sinal analógico de TV é a população, já que a qualidade de imagem e de internet móvel é bem superior. O Brasil trabalha com 4G em uma frequência mais alta, que demanda muitas ERB’s (Estação de Rádio Base), as famosas torres que encontramos espalhadas pela cidade.
O modelo gera muitos custos paras as operadoras cobrirem toda a cidade com sinal de internet. Com a frequência do sinal analógico de TV, as operadoras passarão a utiliza-las, trazendo maior qualidade de internet móvel para os usuários.
Sobre os investimentos para a transmissão do sinal digital, o engenheiro Osmar Aparecido ressalta que praticamente monta-se outra TV, não aproveita nada. “Esquece a TV do passado e faz uma televisão nova, a única coisa que pode ser utilizado é a programação” destaca Osmar.
Os equipamentos antigos nem se quer dá para serem vendidos em outros países emergentes, pois seria necessário encontrar um compatível com a tecnologia brasileira, o que é muito difícil. “Após o desligamento do sistema analógico, os transmissores atuais serão encostados”, ressaltou o engenheiro.
Quanto ao preço dos investimentos, Osmar não quis entrar em detalhes, mas disse que é um custo muito alto. Quando lançou-se o sinal digital já existiam câmeras que filmavam tanto em HD (digital) quanto SD, (analógica) então as emissoras que já se viam obrigadas a fazerem a troca por uma questão de tempo já se organizavam para obter câmeras mais modernas que operam em HD.
“Quando começaram os projetos o custo era altíssimo porque a tecnologia era nova, mas a medida que os projetos iam andando as vendas aumentavam e o custo de produção começaram a diminuir, e se diminui o custo de produção os preços tendem a baixar”, lembra Osmar.
O vendedor Vagner Hudson, da Novo Mundo, vende a TV mais em conta por R$ 1,399, de 32 polegadas, e a mais cara de 40 polegadas por R$ 1,899, ambas Smart TV, e com conversor digital embutido. O conversor para TV’s de tubo está custando R$ 129. Ele diz que a venda de TV’s “não sofreu queda pois as mesma vem sendo vendidas a mais de 7 anos”. No entanto, lembra que a procura pelos conversores digitais vem crescendo desde a intensificação do anuncio de desligamento do sinal analógico.

Seu Antônio, proprietário de uma eletrônica em Aparecida de Goiânia, já vendeu mais de 30 conversores, ao valor de R$ 130 cada. O cliente pode optar por um pacote completo com conversor, antena UHF e 10 metros de cabo por R$ 180. A eletrônica do seu Antônio ainda faz serviços de instalação na casa do cliente.
A aposentada Josefina Teixeira, que ainda tem uma TV de tubo, já se cadastrou para ganhar um conversor. Ela ainda não foi beneficiada e está aguardando. O único aparelho de televisão em casa, divide com o esposo, também aposentado. Ela diz que às vezes desiste de assistir porque não pega nada e só aparece chuviscos.