Denunciado pelo MPGO é condenado a mais de 60 anos de prisão pelo feminicídio de companheira grávida em Jataí
Denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), Marcos Vinicius Rodrigues de Moraes foi condenado a 60 anos de reclusão pelo assassinato de sua companheira, Nadia Maely Alves dos Santos, grávida de 8 meses, além de outros crimes. O julgamento pelo Tribunal do Júri de Jataí ocorreu na segunda-feira (28/1), com a acusação sustentada pelo promotor de Justiça Lucas Otaviano da Silva, titular da 6ª Promotoria da comarca.
De acordo com a denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Wagner de Pina Cabral, no dia 26 de julho de 2023, Marcos Vinicius orquestrou o homicídio de Nadia, contando com a participação de três menores. O crime ocorreu no Conjunto Estrela Dalva, em Jataí. A vítima e o acusado conviviam em união estável e tinham um filho de 1 ano, além de a mulher estar grávida.
As investigações apontaram que Marcos Vinicius tinha interesse nos bens e entorpecentes pertencentes à vítima. Além disso, circulavam rumores entre vizinhos de que o filho que Nadia esperava não seria dele. Diante disso, o réu teria planejado o assassinato, aliando-se aos adolescentes, que já tinham desavenças com a vítima.
No dia do crime, Marcos Vinicius avisou os cúmplices, por mensagem de texto, que Nadia estava vulnerável em um estabelecimento comercial. Conforme o relato da denúncia, um dos menores, armado com um revólver e usando uma espécie de touca, foi até o local e efetuou quatro disparos contra a vítima, que morreu no local. Um dos tiros também atingiu Larissa Alves Rodrigues, que estava no estabelecimento por acaso no momento dos disparos e acabou sofrendo lesão corporal.
Após investigações, a Polícia Militar apreendeu o jovem em flagrante, que confessou o crime e revelou o envolvimento de Marcos Vinicius e dos outros adolescentes.
O Conselho de Sentença condenou Marcos Vinicius a um total de 60 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado, conforme a dosimetria da pena feita pela juíza Bruna de Oliveira Farias. Ele foi considerado culpado pelo feminicídio da companheira grávida, crime pelo qual recebeu a pena de 45 anos de reclusão. Também foi condenado a 7 anos e 8 meses de reclusão por aborto provocado por terceiro; 9 meses de detenção por lesão corporal contra terceiro; 1 ano, 6 meses e 20 dias de reclusão por corrupção de menores e 6 anos e 8 meses de reclusão, além de 666 dias-multa, por tráfico de drogas.
O direito de recorrer em liberdade foi negado, e a Justiça determinou a execução imediata da pena, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).