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Governo de Maduro tenta convencer eleitores a votar

Pouco antes das urnas na Venezuela fecharem neste domingo (20), o presidente Nicolás Maduro mobilizou seus partidários para fazer um “remate” – uma operação para convencer os eleitores a saírem de casa e votarem, desafiando a campanha da oposição pela abstenção. Informações da Agência Brasil.

O constituinte Diosdado Cabello – um dos homens mais influentes do governo – negou as acusações de dois candidatos opositores à Presidência, Henri Falcón e Javier Bertucci.  Ambos acusaram o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) – no poder há 18 anos – de instalar “pontos vermelhos” a menos de duzentos metros dos centros de votação. Os eleitores são encorajados pelo governo a se apresentarem nessas barraquinhas, depois de votar, para assinar e mostrar a Carteira da Pátria – um cartão usado para obter produtos subsidiados, em um país que enfrenta escassez de alimentos e remédios.

A oposição acusa o governo de usar esse sistema para coagir os eleitores, que temem perder os benefícios se não comparecerem. Maduro chegou a oferecer durante as últimas semanas um bônus através da carteira para os que fossem votar livremente. A medida foi proibida pelas autoridades, mas o presidente não retirou os benefícios concedidos até agora.

“Essa é uma desculpa (dos candidatos opositores) para explicar a falta de votos”, disse Cabello. “Não temos culpa se eles não se mobilizaram e organizaram. Nós sim, há muito tempo”, acrescentou, ao explicar que o PSUV montou uma estrutura para monitorar “até a última rua” do país.

Nas eleições venezuelanas, os partidos têm direito de instalar seus pontos de observação, contanto que fiquem a 200 metros de distância. “Querem manchar [a eleição] dizendo que temos pontos a 193 metros em vez de 200 metros”, disse Cabello.

“Que diferença faz isso? Nossa votação é mais eficiente”, acrescentou, antes de pedir a “máxima mobilização” por parte dos militantes do partido para aumentar a participação eleitoral.

As eleições ocorrem em meio à convocação de boicote feita pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), a principal aliança da oposição, que decidiu não participar do pleito por considerá-lo fraudulento.